Já ouviu falar de gasolina de plástico? Os combustíveis de plástico têm sido cada vez mais estudados nos dias de hoje e, apesar disso, nem todos sabem o que são eles e qual a relevância da sua produção e utilização. Verifique essas e outras informações sobre o plástico combustível neste artigo!
Nesse conteúdo abordaremos:
- O que é? Quais os tipos de plástico?
- Qual processo é utilizado na fabricação da gasolina de plástico?
- Qual a sua importância no cenário ambiental?
O que é? Quais os tipos de plástico?
Inicialmente, faz-se esses combustíveis a partir de uma mistura que contém diversos tipos de plásticos do dia a dia. Para isso, realiza-se um processo de produção com o lixo plástico. Esse processo parte de uma mistura de resíduos plásticos, cuja composição pode variar e, por conta disso, existem composições que geram um óleo com menos impurezas e outras que geram óleos piores e mais poluentes, tudo depende dos tipos de plásticos predominantes. Por exemplo: o poliestireno (PS), muito utilizado na produção de isopor, é o tipo de plástico que teve os resultados mais interessantes quando submetido para produzir combustível; além do PS, o polietileno (PE) e o polipropileno (PP) também tiveram bons resultados no processo; um possível ponto de atenção no processo é que ele não teve grandes resultados com o polietileno-tereftalato (PET), que se trata de um polímero mais complicado, pois há a presença de oxigênio.
Qual processo se utiliza na fabricação da gasolina de plástico?
O processo utilizado é a pirólise, que envolve quebrar grandes moléculas (como os polímeros dos quais os plásticos são constituídos) em moléculas menores por meio do aquecimento. Isso gera gases, resíduos sólidos e, o que é importante, líquidos que podem ser usados como combustível. Existem dois tipos principais de pirólise, a térmica e a catalítica:
Pirólise Térmica
A pirólise térmica utiliza apenas a ação da temperatura para realizar a degradação das moléculas do plástico, ou seja, não utiliza catalisadores. Ela produz grandes quantidades de resíduos sólidos, poucos resíduos gasosos e óleo com grandes cadeias carbônicas com alto rendimento, mas com impurezas e pouca octanagem. Ou seja, gerará combustível com menor qualidade.
Pirólise Catalítica
Outro método de produção do combustível de plástico é por meio da pirólise catalítica. Você deve estar se perguntando, o que seria uma catálise? A catálise é um processo químico que desfruta da ação de catalisadores para acelerar a reação. Então, a pirólise catalítica é a decomposição do plástico com a ação dos catalisadores; a quebra térmica das moléculas do plástico ocorre na superfície externa do catalisador utilizado. Nessas condições, o processo aumenta as reações de quebra (que aumenta a qualidade da pirólise), além de demandar temperaturas menores e um menor tempo, reduzindo a demanda de energia e tornando o método economicamente mais viável e atraente.
Os catalisadores mais utilizados no processo são ZSM-5, HZSM-5, FCC, Al2O3, Red Mud, e NZ, que combinados com metais como Ni, Co, Mo, and Zn, melhoram ainda mais a eficiência da reação.
A pirólise catalítica gera menos resíduos sólidos que a térmica, porém mais resíduos gasosos. Além disso, ela possui menor rendimento na produção de óleo, porém ele possui maior qualidade e cadeias carbônicas menores mais parecidas com a gasolina de fato com maior octanagem.
Assim, comparando as duas formas de pirólise apresentadas, é possível notar que as duas possuem vantagens e desvantagens. Ainda assim, a pirólise catalítica fica à frente da térmica pelos custos menores de produção e pela melhor qualidade do combustível de plástico produzido.
Qual a sua importância no cenário ambiental?
Atualmente, não se utilizam métodos de reciclagem tão eficientes quanto seria necessário para controlar o problema do acúmulo de lixo plástico. Entretanto, os processos atuais de reciclagem só conseguem reciclar cerca de 9% dos resíduos plásticos produzidos anualmente. O aumento da quantidade de dejetos plásticos afeta cada vez mais o ecossistema marinho e terrestre, tornando a solução desse grande problema de ineficiência uma necessidade urgente. A conversão de plásticos em combustíveis pode ser um grande avanço nessa questão, pois a pirólise catalítica já teve resultados que converteram entre 78-84% do plástico utilizado em óleo líquido, o que pode ser um incentivo econômico maior para que ocorram mais pesquisas na área. Dessa forma, se o processo ganhar um uso em larga escala, pode ser de grande importância para ajudar a reduzir o acúmulo de lixo plástico no mundo.
No Brasil, já existem algumas refinarias que transformam o plástico em combustível, o que pode ser interessante para estimular outros países, já que o nosso país tem uma economia relativamente grande e possui relativo reconhecimento mundial. Também se pode ver esse processo como uma oportunidade para países como China, Estados Unidos e Alemanha, os três maiores produtores de lixo plástico, reduzirem o impacto que causam no meio ambiente. Eles podem transformar grande parte desses resíduos em óleo combustível.
Além disso, alguns países emergentes têm projetos pilotos para transformar os resíduos plásticos em combustível por meio da pirólise, como é o caso de Uganda. Isso pode ser considerado um grande avanço para a disseminação global do plástico combustível.
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