Neste conteúdo, abordaremos:
- Definição e produtos oleoquímicos;
- Impacto ambiental;
- Extração e refino.
Utiliza-se óleos e gorduras na nossa alimentação do dia a dia, mas você sabia que existe uma ampla gama destes produtos? E que há outras utilizações para eles em diversas áreas? Leia nosso conteúdo e descubra a indústria oleoquímica.
Definição e produtos oleoquímicos
A indústria oleoquímica tem como foco a produção de substâncias químicas chamadas de ácidos graxos. Encontra-se esta classe de materiais em grande quantidade em óleos e gorduras obtidas de diversas fontes que vão desde sementes e polpas de frutas a ossos e peles de animais capazes de armazenar uma grande quantidade destes produtos.
O uso de ácidos graxos se concentra na indústria de alimentos para consumo direto no caso do óleo de oliva ou para a produção de gorduras pelo processo de hidrogenação. Usa-se estas gorduras na confecção de variados produtos alimentícios como margarina, por exemplo.
Fora do ramo alimentar também há uso dos produtos da indústria oleoquímica. Realiza-se a produção de biodiesel, por exemplo, a partir de algumas etapas que utilizam óleos vegetais ou animais como matéria prima, vide a produção deste combustível com sebo animal.
Impacto ambiental da oleoquímica
Tendo em vista o maior apelo ambiental e a tentativa de diminuir o uso de combustíveis fósseis, os óleos vegetais surgem como um potencial produto para gerar mais sustentabilidade em diversas áreas.
Os produtos da indústria oleoquímica podem substituir os derivados do petróleo em diversos processos produtivos. Ademais, como os óleos e gorduras advém de fontes renováveis, há uma menor agressividade ao meio ambiente tornando, assim, a indústria mais sustentável.
Entre estas substituições, é possível citar os processos produtivos de lubrificantes para indústria automotiva, resinas para tintas, cosméticos e produtos para higiene pessoal.
Extração e refino na indústria oleoquímica
Óleos vegetais
Devido a grande variedade de meios pelos quais se pode obter produtos oleoquímicos, não há uma rota específica para exemplificar sua extração e purificação, porém há métodos comumente empregados na maioria destes processos.
Entre estes métodos está a prensagem, que consiste na separação da parte líquida da parte sólida da matéria-prima por meio de uma prensa contínua. A eficiência deste método não é tão alta, sendo que o resíduo sólido ainda pode apresentar grande quantidade de óleo em sua composição. Porém, ela é rentável para óleos com alto valor agregado ou para sementes e frutas com um valor abundante de óleo em sua composição. Além disso, esta técnica possui pouca capacidade produtiva.
Ademais, outro método é o de extração com solvente orgânico que baseia-se na adição de um material, mais comumente o hexano, que solubiliza os óleos vegetais presentes na matéria-prima, permitindo sua separação do restante do fruto ou semente. A primeira etapa deste processo é a moagem da matéria-prima, transformando-a em um farelo que será submetido à segunda etapa.
Posteriormente, o farelo obtido é inserido em um extrator, onde ocorrerá a sua mistura com o solvente. Assim, dois produtos saem do extrator: o farelo, que ainda estará encharcado de solvente, e a solução de com os óleos vegetais e o solvente. Após, ocorre o aquecimento dos dois produtos, sendo o farelo em um torrefador e a solução em um evaporador, para a retirada do solvente que voltará para o extrator. Por fim, descarta-se o farelo e refina-se o óleo.
Dessa forma, as vantagens deste método sobre o método da prensagem são a possibilidade de produzir em maior escala e com maior eficiência. Porém, há a necessidade de um grande controle de qualidade para que o produto final não contenha resquícios do solvente utilizado.
Óleos animais
Para a extração de óleos provenientes de pele, ossos ou sebo de animais, é necessário que estes tecidos sejam triturados e, posteriormente, inseridos em um aparelho chamado autoclave, que aquece o material, permitindo que todo o óleo contido nele fique na forma líquida.
A seguir, leva-se a mistura com o tecido moído e óleo para um decantador, onde adiciona-se água a fim de separar essa mistura. Finalmente, o óleo passa por um filtro prensa para a retirada de algumas partículas sólidas ainda presentes.
Refino
O processo de refino para os dois tipos de óleos é semelhante. Para a maioria dos óleos vegetais este procedimento se inicia com a adição de água prosseguida por aquecimento para a retirada de algumas substâncias indesejadas. Há a formação de uma emulsão, que ocorre quando há a mistura de duas substâncias que normalmente não se misturam. Assim, para separar a água do óleo, utiliza-se uma centrífuga.
Já a segunda parte deste processo chama-se neutralização, sendo a adição de hidróxido de sódio para a retirada de ácidos graxos livres que são transformados em sabões e separados da mistura por centrifugação. A terceira etapa, enfim, consiste na retirada de aromas desagradáveis do óleo por arraste de vapor d’água que retira as substâncias que ocasionam o mau odor.
A última etapa é o clareamento. Este ocorre pela adsorção dos componentes que conferem cor ao óleo por meio do uso de carvão ativado ou argila. Por outro lado, para o refino de óleos animais o procedimento é semelhante, porém não há a segunda etapa, visto que a maioria dos ácidos graxos livres são retirados com o arraste de vapor.
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