loader image

Saiba como produzir etanol a partir do caroço de açaí

Compartilhe:

Neste conteúdo abordaremos:

  • Contexto atual dos resíduos de açaí no Brasil;
  • Conceitos iniciais do Etanol 2G;
  • Processo Produtivo do Etanol a partir do caroço de açaí.

Contexto atual

O açaí é um fruto muito popular no Brasil, sendo grandemente consumido em todo o país, sobretudo na região Norte. Assim, a produção de açaí brasileira é muito significativa, sendo o estado do Pará o principal produtor. No ano de 2021, por exemplo, produziu-se 1,38 milhão de toneladas de açaí, que corresponde à porcentagem próxima a 90% da produção total.

Sendo assim, por conta do grande volume de produção desse fruto, evidencia-se também a realidade atual de produção de muitos resíduos de açaí, advindos do processo de extração da polpa. Dessa forma, os resíduos – caroços de açaí – são hoje considerados resíduos urbanos, uma vez que grande parte ainda é descartado a céu aberto em terrenos baldios, gerando uma grande quantidade de lixo, o que representa um alarmante problema de higiene sanitária nas cidades em que isso ocorre.

Nesse contexto, em que até o momento não foram empregadas tecnologias efetivas para resolução do problema de descarte dos caroços de açaí, faz-se pertinente a utilização desses resíduos, caracterizados como biomassa lignocelulósica, para produção de biocombustível, como o etanol de segunda geração.

Conceitos envolvendo o Etanol 2G

O etanol de segunda geração, conhecido como etanol 2G ou etanol celulósico, é aquele que é produzido a partir de resíduos de produtos naturais, as chamadas biomassas, sendo considerado um combustível limpo e renovável. Atualmente, dá-se grande foco na produção de etanol 2G por meio da utilização dos resíduos da produção do próprio etanol de primeira geração a partir da cana-de-açúcar. Entretanto, pode-se utilizar também muitas outras matérias-primas, como o uso da beterraba, milho, trigo ou até mesmo o caroço do açaí.

Desse modo, a produção de etanol 2G a partir do caroço de açaí é possível em razão desse resíduo ser uma biomassa lignocelulósica, ou seja, que possui grande quantidade de açúcares não fermentáveis. A partir do processo de hidrólise, então, transforma-se eles em açúcares fermentáveis. Dessa forma, ao se produzir o bioetanol a partir de caroços de açaí, que sofrem com a falta de oportunidades de descarte ambientalmente corretos, contribui-se também para a solução de um problema de higiene urbana e possibilita-se um destino adequado e sustentável para o resíduo.

Processo produtivo

Preparo da matéria-prima

Inicialmente, os caroços de açaí recolhidos passam por um processo de lavagem e secagem. Nessa etapa, usa-se um fluxo de água corrente para separá-lo de impurezas e resíduos e encaminha-se o caroço lavado para uma estufa. Nessa estufa, a temperatura é aproximadamente 105°C e ocorre a secagem de forma a reduzir a umidade para que as etapas seguintes tenham maior eficiência. Posteriormente, ocorre a etapa de moagem, na qual ocorre a extração do caldo presente nos caroços com o uso de um moinho de facas. Desse modo, utiliza-se o bagaço resultante do processo em caldeiras para a geração de energia para o próprio processo, enquanto que o caldo segue para a etapa da hidrólise.

Hidrólise enzimática

Como o caroço de açaí apresenta seus açúcares em uma forma que não é fermentada diretamente pelas leveduras, ele precisa passar por um processo de hidrólise, o qual quebra esses açúcares em açúcares fermentáveis. Nesse processo, utilizam-se enzimas como a -glucosidase, as quais realizam esse processo de hidrólise. Para manter uma boa atividade enzimática, devem-se manter as condições de temperatura e pH controladas. 

Fermentação

Após a hidrólise, a mistura segue para as dornas, local onde ocorrerá a fermentação. Nessa etapa, as leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae transformam os açúcares em etanol e gás carbônico, em uma reação que faz parte do metabolismo desses microrganismos. Por se tratar de um organismo vivo, as condições de temperatura, aeração e pH também são críticas nessa etapa. A mistura resultante dessa etapa, conhecida como vinho, passa por uma centrífuga para a separação das leveduras, as quais passam por um tratamento ácido, enquanto o vinho restante segue para a destilação. Assim, ressalta-se a possibilidade de reutilização das leveduras, após tratamento ácido, em uma nova batelada de fermentação.

Destilação

Nesse processo, objetiva-se separar o etanol produzido do restante dos componentes do vinho. Em uma primeira coluna de destilação, separa-se o etanol hidratado da vinhaça. Em seguida, pode-se utilizar uma segunda coluna para aumentar a concentração do etanol, separando-o da água.

Como a Propeq pode te ajudar no ramo de biocombustíveis?

Nesse conteúdo, abordou-se a produção de etanol a partir do caroço de açaí. Você ficou interessado nessa área e gostaria de iniciar a produção de biocombustíveis? Ou já possui um processo e deseja melhorá-lo? A Propeq, consultoria júnior em Engenharia Química da Unicamp, está aqui para te ajudar! Clique abaixo e entre em contato com um de nossos consultores!

Postagens Recentes

Blog

Produção de Suplementos Alimentares

Os suplementos alimentares desempenham um papel fundamental na complementação da dieta, atendendo a demandas nutricionais específicas e proporcionando benefícios para diversas áreas industriais. Este texto

Assine nossa newsletter e fique por dentro das principais novidades da indústria e do mundo!