Neste conteúdo iremos abordar:
- O que é cogeração energética?
- Onde ela se insere no setor sucroenergético?
- Quais as vantagens desse processo nesse ramo da indústria?
Em nossa recente publicação acerca do agronegócio, é clara a íntima relação da Engenharia Química com o setor primário da indústria. Nesse sentido, no seguinte conteúdo focaremos na indústria sucroalcooleira e a otimização de seus processos.
Bem como outros setores industriais voltados às energias renováveis, a produção de etanol passou por diversos avanços tecnológicos ao longo dos últimos anos. É clara a modernização desse ramo,especialmente no que diz respeito à reutilização de resíduos. Fortes exemplos disso são as apostas de algumas usinas no Etanol 2G e no aperfeiçoamento de técnicas de cogeração de energia.
Nos dias atuais, utiliza-se esse processo em mais de 200 empresas do setor sucroalcooleiro – segundo dados da Novacana – e apresenta amplos resultados positivos. Primeiramente salienta-se os benefícios para a usina que o implementa, uma vez que a torna mais independente de outras fontes de energia. Em um segundo momento, pode implicar em lucros adicionais com sua venda. Além disso, ressalta-se a importância de se utilizar a biomassa como base energética, uma vez que é uma fonte renovável e de fácil acesso no Brasil.
O que é cogeração energética?
Bom, já comentamos sobre a existência desse processo, vamos agora definir do que ele se trata. A cogeração energética consiste na produção simultânea de mais de uma fonte de energia a partir de um mesmo processo.
Aproveita-se, desse modo, diferentes partes da matéria-prima e suas variações ao longo do processo. Assim, não só minimiza-se a produção de resíduos, como também dando uma destinação rentável para eles.
Hoje, esse campo da indústria é responsável por cerca de 10% de toda matriz energética nacional. Podendo ser feita em diferentes ramos industriais, tais como o petroquímico, o de papel e celulose mas, principalmente, nas usinas sucroalcooleiras – estima-se que 62% de toda essa energia seja proveniente da queima da cana-de-açúcar.
Cogeração energética e a indústria sucroalcooleira
Utilizada pela primeira vez no Brasil no ano de 1987, pelo grupo Balbo, proprietário da Usina São Francisco, a cogeração, nada mais é do que o reaproveitamento da biomassa residual do processo, ou seja, o bagaço da cana-de açúcar, antes descartada. Essa porção de matéria orgânica passou então a ser utilizada como combustível nas usinas para aquecer a água e transformá-la em vapor, que por sua vez é utilizado em diversos processos dentro da própria usina. Uma de suas funções é atuar em baixa pressão (cerca de 2,5 bar) como fonte de calor em processos de tratamento e evaporação do caldo e destilação do etanol.
Outra forma de se consumir esse vapor está no acionamento de turbinas, as quais fornecem energia mecânica para picadores, desfibradores e ternos de moenda, processos que fazem parte dos sistemas de preparo da cana e de extração do caldo. Além disso, a geração de energia pode ser, muitas vezes até mesmo excedente, permitindo destiná-la a outros fins.
Vantagens de sua aplicação
Agora que já entendemos um pouco melhor do que se trata a cogeração, vamos explorar quais são as vantagens da utilização desse processo em uma usina sucroalcooleira. O primeiro efeito de sua aplicação é a diminuição do gasto energético que seria utilizado para aquecer as correntes necessárias na produção do etanol. Uma vez que antes haveria a queima de outros combustíveis para essa adequação.
Dessa maneira, além de representar uma grande redução de custo operacional, a cogeração na indústria sucroalcooleira também se mostra uma alternativa sustentável, uma vez que se trata de uma fonte renovável de energia. Isso significa que há um maior equilíbrio na emissão de gás carbônico (CO2) quando relacionada à absorção dela pela cana-de-açúcar do próximo ciclo. Cria-se, assim, um ciclo sustentável, que atenua impactos ambientais.
Através de políticas como a “Renova-Bio” – Metas periódicas brasileiras que visa a diminuição da liberação de CO2 do setor de combustíveis -, a cogeração também impacta diretamente políticas como o Acordo do Clima de Paris contra o aquecimento global. Nesse aspecto, vale destacar que a utilização de energia advinda dessas fontes (em oposição aos combustíveis fósseis) faz parte de um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU – mais especificamente, do 13º, isto é, “Ação Contra a Mudança do Clima” -, aos quais a Propeq sempre busca estar alinhada.
Créditos de energia
Finalmente, a rentabilidade que a cogeração pode gerar às usinas desse setor volta a receber destaque, uma vez que os custos podem ser ainda menores. Isso se deve a energia excedente produzida pelo vapor nas turbinas poder ser comercializado à rede aberta. Isso, por sua vez, pode ocorrer seja pelo seu fornecimento, seja por meio da negociação de créditos de energia. Tais créditos são descontados da conta de energia posteriormente entre unidades geradoras e consumidoras de localidades distintas por meio do mercado livre de energia.
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