Você já deve ter ouvido falar das inúmeras vantagens dos biocombustíveis, mais especificamente do biodiesel, mas será que conhece suas desvantagens? Neste conteúdo a Propeq te mostra os prós, os contras e como o biocombustível pode inovar no mercado!
Nesse conteúdo abordaremos:
- Contextualização dos biocombustíveis;
- Vantagens do biodiesel;
- Desvantagens do biodiesel.
Palavras-chave: Biocombustível, biodiesel, vantagens.
Contextualização dos biocombustíveis
Se por um lado há um aumento crescente na demanda por novas fontes energéticas, por outro, as fontes tradicionais, relativas aos combustíveis fósseis, sofrem com escassez gradativa e proporcionam grandes problemas ambientais. Desse modo, os biocombustíveis se mostram como uma alternativa viável para complementar e, até mesmo, substituir fontes energéticas não-renováveis.
Neste caso, a biomassa representa a base para estruturação de biocombustíveis. Esta é composta por materiais biológicos como plantas, animais, restos de matéria orgânica ou microorganismos. A energia química presente e armazenada nas ligações entre moléculas orgânicas pode ser parcialmente convertida em energia útil para utilização nos mais variados campos, seja transporte, aquecimento, processos industriais, etc.
Como exemplo de fontes de energia advindas de estruturas biológicas é possível citar: o etanol (álcool comumente presente em postos de abastecimento de veículos), biodiesel, óleos vegetais puros, biogás, entre outros. Com estas menções, nota-se que combustíveis deste tipo, de certa forma, já fazem parte do cenário energético nacional e, consequentemente, de nossas atividades tanto industriais quanto cotidianas.
Contudo, cabe ressaltar que ainda há muito espaço para implementação e desenvolvimento de tecnologias dentro desta área. Isso porque o uso de biocombustíveis carrega consigo vantagens significativas perante os concorrentes não renováveis.
Vantagens do biodiesel
Variedade da matriz energética
Em primeiro lugar, o aumento na variedade de fontes energéticas representa um grande benefício para a sociedade. A principal razão para tal informação é a continuidade do fornecimento de energia em momentos em que outras fontes principais são afetadas por motivos naturais, econômicos e/ou geopolíticos.
A longo prazo, o fornecimento de combustíveis fósseis, conforme já mencionado, será afetado pela escassez de matérias primas não renováveis. Ademais, a indústria petrolífera é cercada por interesses econômicos e políticos que podem afetar a distribuição mundial de bens oriundos do petróleo.
Por outro lado, fontes energéticas hídricas, solares e eólicas, podem ser afetadas por variações naturais, o que pode impossibilitar a produção e distribuição de energia em determinado período.
Já os biocombustíveis, apesar de apresentarem dependência com ciclos biológicos e outros fatores naturais, apresentam uma boa constância de produção, custo ponderado, possibilidade de transporte e armazenamento, etc. Por isso, podemos utilizá-los para reforçar ainda mais essa cadeia de distribuição energética.
Estes exemplos demonstram que, quanto mais alternativas disponíveis na matriz energética nacional e, até mesmo, mundial, maior é a possibilidade de manter o fornecimento de energia com qualidade e preços razoáveis para a população geral.
Oportunidades econômicas
A produção de biocombustíveis também implica na criação de oportunidades dentro do setor da agricultura. Isso porque, a atividade de produção energética também está diretamente relacionada ao cultivo e reutilização de materiais orgânicos, como é o caso da cana de açúcar.
Assim, a implementação da estrutura para produção e consumo desta classe de combustíveis pode aliar o desenvolvimento e a modernização, tanto do setor energético quanto do setor agrícola, voltado para a produção alimentícia. Ao mesmo tempo que produz um insumo importante para a indústria alimentícia, como o açúcar, a indústria utiliza os restos orgânicos (bagaço da cana) para fins de complementação energética, no caso do etanol.
Ademais, a produção e utilização local destas fontes energéticas podem trazer grandes benefícios para zonas rurais distantes de grandes centros de distribuição e demanda energética. Seja como forma de complementar a necessidade de energia elétrica, para suprir sistemas de bombeamento de água potável, ou mesmo para proporcionar bem-estar da população, possibilitando aquecimento, iluminação e alimentação (como forma de cozinhar o alimento, por exemplo).
Benefícios ambientais
Conforme dito anteriormente, os biocombustíveis representam uma forma de mitigar os danos ambientais causados pelo consumo exacerbado de combustíveis fósseis. Inicialmente, já é evidente que as diversas fontes de biomassa podem ser tratadas como renováveis, devido à capacidade de reprodução e cultivo de matéria biológica e de seus resíduos orgânicos.
Dessa forma, a extração e processamento de combustíveis fósseis, atividades estas extremamente nocivas ao ambiente, podem ser substituídas pelo plantio de determinada espécie vegetal. Outro exemplo seria pela colonização e expansão de certa espécie de microrganismos.
Além disso, a queima deste tipo de combustível tende a emitir uma quantidade muito menor de poluentes se comparado aos seus correspondentes fósseis. As emissões de CO2 são mitigadas e a disseminação de gases tóxicos (gases de enxofre e monóxido de carbono) é drasticamente reduzida.
Não só isso, como também há consumo e fixação de gases poluentes, como o dióxido de carbono, durante o crescimento dos organismos vivos, fato que, de certo modo, balanceia as emissões mencionadas. Como se tratam de processos biológicos, a ideia de ciclos também está presente e permite análises deste tipo.
Desvantagens do biodiesel
Agora que você conhece as vantagens do biodiesel, principalmente em relação ao meio ambiente, pode imaginar a grande relevância dessa indústria pro Brasil. Então por que será que ela ainda não se consolidou plenamente? Por que não é um substituto 100% do diesel? Vamos abordar a seguir quais as problemáticas dessa indústria, principalmente em relação a matérias-primas e rotas produtivas.
Matéria-prima
É de se imaginar que se a produção de biodiesel no país for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Essa expansão da monocultura pode destruir o meio ambiente e a proteção de agriculturas familiares. Em países que não fiscalizam adequadamente os recursos florestais, pode ter até mesmo um alto grau de desmatamento para dar espaço para plantação de grãos. O que acarretaria na diminuição das reservas florestais do nosso planeta.
Por isso, existem discussões entre os ambientalistas em relação à maneira mais sustentável de ampliar a produção dessas plantas oleaginosas no Brasil, principalmente sobre o cerrado e a Amazônia.
Além disso, o aumento de áreas cultiváveis dedicadas à produção de biocombustível acarreta a diminuição de áreas dedicadas ao cultivo de alimentos e, consequentemente, diminui a segurança alimentar do país. No âmbito econômico, o setor alimentício e o de biocombustíveis disputam intensamente as matérias-primas (óleos vegetais e grãos). Tal fato causa alto preço desses insumos, desestimulando o investimento e acarretando em problemas para a consolidação do mercado de biodiesel.
Rotas produtivas
Atualmente, a rota mais utilizada para a produção de biodiesel em escala industrial é a de transesterificação. Para que a produção de biodiesel ocorra de forma eficiente, esse processo necessita de um catalisador (ácido ou alcalino).
A questão é que o óleo impuro, ou seja, com a presença de água e ácidos graxos livres, afeta a transesterificação alcalina. Isso porque a água reage com o triglicerídeo (matéria-prima) provocando a hidrólise e formando ácidos graxos, como no esquema. Esses ácidos graxos, por sua vez, reagem com o catalisador alcalino (hidróxidos) por meio da reação de saponificação.
Portanto, essa reação prejudica de diversas maneiras: a catálise alcalina gera grandes quantidades de efluentes aquosos alcalinos que são agressivos ao meio ambiente, consome catalisador e dificulta a separação entre o glicerol e o éster (biodiesel). Além disso, a presença de água no óleo pode causar corrosão nos equipamentos de estocagem, causando prejuízo ao processo.
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