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Venha conferir as tendências do ramo de tintas no Brasil e como elas são produzidas

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Nesse conteúdo abordaremos:

  • Ramo de tintas no cenário brasileiro
  • Componentes básicos das tintas
  • Como são produzidas industrialmente?

Segundo a ABRAFATI, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, o Brasil é um dos cinco maiores mercados mundiais para tintas. Dados referentes ao volume produzido anualmente apontam que entre 2001 e 2020 tal produção praticamente dobrou de tamanho, saindo de 0,8 bilhões de litros e atingindo a marca dos 1,6 bilhões. Esses valores indicam a relevância do mercado para a indústria nacional, e demonstram elevado potencial de investimento no segmento.  Para isso, é importante conhecer como se configura esse ramo da indústria e analisar seu processo produtivo, ressaltando suas etapas e principais matérias primas utilizadas.

Pode-se subdividir essa indústria em três principais áreas: automotiva, imobiliáriaindustrial. Cada qual apresenta diferentes demandas, seja voltado para o embelezamento, seja para a proteção e revestimento de superfícies, ou mesmo para ambos. Nesse sentido, vale ressaltar a versatilidade do setor, que conta com cada vez mais tecnologias advindas da indústria química para garantir a competitividade e constante inovação e aprimoramentos do setor. Mas qual a composição das tintas da qual estamos falando?

Componentes básicos

Sua composição nada mais é do que uma mistura estável de uma base sólida com uma substância volátil. Esses componentes constituem a base para a adição de outras matérias-primas, como pigmentos e aditivos, responsáveis por garantir aspectos e propriedades diversas ao produto final. 

Base sólida

Uma resina encarregada por formar a película protetora, cujo principal papel é a adesão à superfície de aplicação, isto é, funcionar como uma “cola” entre o produto e o material. Além disso, a base sólida também confere características físico-químicas fundamentais ao produto final, como a resistência, o brilho e a secagem. 

A indústria de tintas atualmente utiliza resinas sintéticas que compõem compostos de elevado peso molecular. São exemplos dessas resinas as alquílicas, as acrílicas e emulsões vinílicas. Cada qual constitui um tipo de revestimento diferente, conforme as especificações desejadas.

Substância volátil

Em suma, tratam-se de diluentes – solventes orgânicos ou água – encarregados da redução da viscosidade do produto final. Desse modo, garante-se uma maior facilitação da aplicação da tinta de forma homogênea.

Vale ressaltar que, após a aplicação da tinta, essas substâncias evaporam e se desprendem da matriz sólida, garantindo, assim, a secagem do produto final.

Aditivos

Tratam-se de compostos presentes em baixas concentrações nas tintas e atuam como um diferencial para cada produto. Essa matéria-prima constitui um importante ponto de atenção para o fabricante, uma vez que é responsável por conferir às tintas características mais específicas.

Dentre as especificações dadas pelos aditivos, pode-se citar como vantajoso ao processo industrial o conferimento da capacidade anticorrosiva; antiespumante; a criação de uma barreira umectante, ou seja, modos de se evitar que a substância volátil se desprenda antes do desejado. Além disso, os aditivos podem atuar como catalisadores de reações, sendo assim um grande diferencial da produção.

 Também vale destacar, agora como vantagem para o mercado, que os aditivos também podem atuar como proteção física e biológica, ou seja, evitando a proliferação de fungos e bactérias e até mesmo bloqueando raios UV.

Pigmentos

Foto que mostra diversas cores de pigmentos em pó

Diferentemente dos corantes, os pigmentos são particulados insolúveis em meio aquoso ou orgânico que conferem a coloração desejada à tinta. A produção de vernizes, utilizados como películas de revestimento de uma ampla gama de substratos dispensa a adição dessa matéria-prima, uma vez que seu objetivo principal é a proteção deles.

Além dessas matérias-primas destacadas, outras podem estar presentes no processo industrial. A exemplo disso, cita-se as cargas, minerais diversos cuja função é garantir uma boa granulometria e brancura de alguns produtos.

Etapas da produção

Agora que conhecemos as matérias primas, vamos analisar as etapas da fabricação que constituem essa indústria. Apesar de, na maioria das indústrias deste ramo, não haver reatores químicos – já que trata-se de um processo de mistura – a produção é dependente de algumas particularidades inerentes à engenharia química. Como veremos a seguir, pode-se separar o processo como um todo em quatro etapas, sendo elas: Mistura, dispersão (moagem), completagem e filtração.

Foto que ilustra as etapas da produção, mistura, dispersão, completagem e filtração, fluxograma finaliza no desenho de uma lata de tinta.  Faixa colorida no canto direito e logo na propeq no canto inferir esquerdo

Mistura

De acordo com a composição do tipo de tinta produzido, separa-se as quantidades necessárias de cada matéria prima e destinam-se elas à um tanque de agitação. No tanque de agitação, o conteúdo passa por um processo de homogeneização até atingir uma consistência parcialmente pastosa.

Dispersão (moagem)

É o processo que ocorre em um moinho, responsável pela desagregação de particulados maiores formados na etapa anterior. Esta etapa pode requerer a adição de alguns aditivos para que haja a facilitação da dispersão e para que esta ocorra em menores períodos de tempo.

Esta etapa é dispensável caso o fabricante deseje produzir tintas com textura e, em detrimento disso, deve-se adicionar maiores quantidades de minerais (cargas).

Completagem

Em um tanque separado, ao material obtido adicionam-se solventes, aditivos e outros componentes restantes. Assim, garante-se de um produto final conforme as especificações desejadas, com destaque para a viscosidade ideal a ser alcançada.

Filtração

É a etapa na qual se retiram as impurezas advindas do processo produtivo, além de filetes gelatinosos advindos da resina que podem trazer problemas para a aplicação da tinta.

Após essas etapas, leva-se o material para análise laboratorial, onde será observada a necessidade de possíveis acertos finais para que a tinta apresente os parâmetros e coloração adequados. Finalmente, o produto está liberado para envase e armazenagem.

Para se atentar

A análise dos pontos de atenção leva em consideração várias frentes do processo, seja quanto aos parâmetros físico-químicos das condições operacionais, seja em observações do grau de toxicidade e potencial de reutilização dos resíduos e efluentes. Há também de se atentar nas necessidades do mercado, o que acentua a busca constante por novidades do setor no que diz respeito às composições do produto.

Em um primeiro momento, vale observar alguns dos maquinários utilizados, tais como o moinho e o tanque de mistura. Tais equipamentos podem estar sujeitos à exposição em demasia à solventes com potencial corrosivo, o que pode comprometer seu bom funcionamento à longo prazo. Além disso, um bom dimensionamento destes é de suma importância para que se evitem problemas como gastos energéticos e má homogeneização da mistura.

Condições externas como umidade e temperatura também são determinantes para a ocorrência dos problemas citados, uma vez que, nas operações as temperaturas de operação podem variar entre 200 ºC e 1200 ºC. Além disso, vale se atentar a umidade relativa do produto final, que pode ser um problema para sua aplicação.

No mais, a questão dos resíduos é algo a ser salientado, pois muitos deles necessitam de correções de concentração e pH para serem despejados. Além disso, resíduos semissólidos (restos de borra de tinta) adentra a classe de resíduos perigosos e de elevada toxicidade. Dessa forma, inclusive, podem causar danos e riscos ao meio ambiente e à saúde pública.

Converse conosco!

Outros possíveis gargalos dessa indústria também podem ser vistos no conteúdo Fabricação de Tintas: Problemas e Sustentabilidade – Propeq, não deixe de conferir!

Entre em contato conosco para saber como a Propeq pode auxiliar a desenvolver ou aprimorar seu processo produtivo de tintas com um projeto de consultoria em engenharia química!

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