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Como é feita a produção de cremes corporais?

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Neste conteúdo abordaremos:

  • Introdução
  • Importância
  • Composição
  • Produção de cremes corporais
  • Mercado

Introdução

Os primeiros registros que se tem de algo semelhante ao que chamamos hoje de cremes corporais, data de 150 a.C., quando o físico Galeno criou um creme a partir de cera de abelha e óleo de oliva. Entretanto foi apenas em meados do século XX, que este produto realmente começou a tomar forma. Assim, os primeiros experimentos realizados nos Estados Unidos deram origem ao creme Pond´s. Em sequência, despontaram diversos tipos de “cremes” que foram evoluindo cada vez mais. Assim, em 1860 foi criado por Joseph Simon o Crème Simon; em 1902 italianos lançaram a pomada Diadermine, que tinha como objetivo suavizar as mãos das donas de casa; e, em 1911, o farmacêutico alemão Paul Beiersdorff acrescentou óleo nas antigas composição e o destinou às mulheres ricas e sofisticadas. 

Dessa maneira, tal produto foi popularizado por diversas marcas ao redor do mundo, sendo empregado para os mais diversos fins, desde o tratamento de ferimentos na segunda guerra mundial, até razões estéticas associadas ao bem estar. 

Importância dos cremes corporais

Atualmente os cremes corporais, ou então hidratantes para a pele, possuem como principal função evitar a perda de água da pele, mantendo-a hidratada. Isso se faz necessário, uma vez que a quantidade de água é maior na pele do que no meio externo, culminando em uma tendência à evaporação. Ademais, o uso de cremes corporais acaba por diminuir o risco de inflamações, ajudar a evitar a entrada de microrganismos no corpo, proteger a barreira cutânea, controlar a oleosidade e também prevenir o ressecamento e os sinais de envelhecimento.


Composição dos cremes corporais

Usualmente, o principal ingrediente dos cremes corporais é a lanolina, uma mistura de ácidos graxos (gorduras) e ésteres, obtida como subproduto da limpeza da lã de carneiro. A estrutura química dessa substância, marcada por longas cadeias com extremidades polares, que podem se ligar à água, permite que atue como hidratante, ao ajudar a criar um “filme” sobre a pele evitando a perda de água da epiderme. Além desta, estão também presentes outras substâncias, tais quais:

  • Oclusivos: substâncias que formam uma barreira na camada mais superficial da pele, conhecida como estrato córneo, para reter a água na pele e mantê-la hidratada;
  • Umectantes: carregam água da derme (a camada mais profunda da pele) para o estrato córneo, ao mesmo tempo que ajudam a absorver a umidade do ambiente. Um dos umectantes mais usados é a glicerina (C3H5(OH)3), um triálcool com um arranjo de oxigênios que ativam os hidrogênios, gerando ligações de hidrogênio. Tais ligações ocorrem tanto entre as próprias moléculas de glicerina, quanto entre elas e as moléculas de água. Isso faz com que ela se torne uma substância higroscópica, isto é, que absorve água. 
  • Emolientes: substâncias que preenchem as lacunas do estrato córneo, fortalecendo a camada e ajudando na retenção de água. Eles também são responsáveis por proporcionar maciez e flexibilidade à pele.

Processo produtivo de cremes corporais

De modo geral, podemos dividir os componentes de cosméticos em geral em três categorias:

  • Veículos: estabilizam a formulação do produto.
  • Componentes adjuvantes: modificam ou corrigem a base do produto. Alguns exemplos são ceras, umectantes, espessantes, entre outros.
  • Princípios ativos: servem para trazer a ação específica do cosmético, como hidratar, reconstruir, etc..

A produção  inicia-se com o uso de uma base para hidratante, que deve ser diluída em água para estabilizar a fórmula. Pode-se fazer essa em larga escala com um misturador industrial. 

Posteriormente, são adicionados os compostos que trazem as características ao creme, como óleos e gorduras. Nesse caso, os principais são gorduras de manteiga de cacau, óleos de amêndoa, abacate, entre outros, além de compostos industrializados para hidratar.  Além disso, não se pode esquecer de adicionar agentes emulsificantes. A partir disso, o creme deve ser aquecido até 80 ºC e colocado em agitação constante, para que comece a emulsificação. Em escala industrial, faz-se usando misturadores ou máquinas emulsificantes. 

Por fim, os últimos passos são esfriar o creme já emulsificado até 50 ºC com água corrente e adicionar aditivos, como compostos farmacêuticos, corantes, etc.    Quando a temperatura cair até 30 ºC, pode-se adicionar os compostos voláteis. 

Vale considerar alguns pontos de atenção durante o processo produtivo: viscosidade, pH e aspecto. O produto final deve ser de fácil manuseio e ideal para armazenamento, o pH deve estar em torno de 5,5-6,5 e o aspecto pode ser escolhido entre gel, emulsão cremosa ou loção fluida.  Com isso, pode-se começar a usar o produto. 

Mercado de cremes corporais

Segundo a ABIHPEC, o Brasil é o terceiro maior consumidor de itens de higiene pessoal, perfumes e cosméticos (HPPC), e esse mercado cresce mais a cada ano. Dentre os produtos incluídos nessas estatísticas, 57% representam produtos para o corpo e, dentre esses, 49% são cremes corporais em geral. Esses dados mostram que a área de cremes corporais têm muita relevância no mercado nacional e que tende a crescer cada vez mais. 

Além disso, esse cenário promotor não se limita somente ao Brasil, mas se expande ao mercado global. No mundo, foram-se faturados 107 bilhões de dólares em 2013, mostrando que é um público consumidor bastante expressivo.

Com isso, o mercado de cremes corporais tem visto um aumento na demanda por produtos naturais e orgânicos, à medida que os consumidores se tornam mais conscientes sobre os ingredientes que estão usando em suas rotinas de cuidados com a pele. Como resultado, muitas marcas estão lançando cremes corporais formulados com ingredientes naturais e livres de produtos químicos agressivos. Outro ponto importante é a personalização. Com os avanços tecnológicos, algumas marcas estão oferecendo a produção de cremes corporais personalizados, adaptados às necessidades específicas de cada consumidor.

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