Nesse conteúdo abordaremos:
- A importância da indústria farmacêutica
- Etapas da produção de fármacos;
- Principais métodos de produção;
- Busca por alternativas sustentáveis
A importância da indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica é responsável pelo processo produtivo e distribuição de fármacos que impactam a saúde da população em escala global. Não só isso, como também representam uma das áreas de maior lucratividade no mercado internacional, movimentando bilhões de dólares por ano. Já em uma perspectiva local, os fármacos fazem parte do cotidiano das pessoas, e ganharam ainda mais destaque nas discussões devido à pandemia do COVID-19.
No ramo farmacêutico, a busca por inovações, novas matérias primas e rotas produtivas alternativas é de extrema relevância para o desenvolvimento de novos produtos e soluções, o que traz grande destaque para os setores de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Ademais, também faz-se necessário o cumprimento das demandas estabelecidas por órgãos reguladores, que atuam ativamente para garantir a segurança e aplicabilidade dos medicamentos produzidos.
Assim, as etapas de concepção, testes, produção e distribuição de um novo produto, exigem a presença de profissionais capacitados nas mais diversas vertentes: farmacologia, química, engenharia, biologia, etc. A aproximação de tantas áreas do conhecimento resulta na estruturação de um processo produtivo complexo, variado, altamente interdisciplinar e, acima de tudo, de grande importância para a saúde pública. Por esse motivo, é interessante compreender, mesmo que de forma sucinta, como funciona a produção de fármacos.
Etapas da produção de fármacos
A grande variedade de fármacos, suas diferentes formas, funções e propriedades, proporcionam diferentes especificidades em cada processo produtivo. No dia a dia, é comum se deparar com: antibióticos, outros medicamentos sintéticos, vitaminas, vacinas, aerossóis, etc, cada um desses com um processo e particularidades próprias. Sendo assim, a tarefa de resumir sua produção de maneira geral é complexa, mas pode ser feita através de algumas características presentes na maioria dos processos.
Em geral, as fases primária e secundária compõem a produção dos fármacos. A produção primária corresponde ao tratamento e formulação do princípio ativo. Já a secundária é responsável pelo processamento de tal princípio, a fim de obter as formas (cápsulas, comprimidos, injetáveis, etc) e propriedades desejadas.
De maneira simplificada, é possível segmentar o processo produtivo de fármacos em algumas etapas principais: separação dos insumos, pesagem, manipulação e fabricação, embalagem e avaliação técnica. Todas essas etapas envolvem testes e controle rigoroso, exercidos tanto pela empresa responsável quanto por órgãos reguladores, como a Anvisa.
Portanto, as etapas de separação e pesagem são responsáveis pelo fracionamento e avaliação cuidadosa da matéria prima recebida. Isso garante que os insumos atendem os requisitos técnicos da formulação de interesse. Em seguida, ocorrem transformações físicas e químicas dos reagentes, induzidas por etapas de mistura, compressão, reação, entre outras. Por fim, o produto obtido é embalado, rotulado e passa por uma avaliação da sua qualidade, buscando conferir os padrões estabelecidos e a segurança de uso por parte da população.
Principais métodos de produção de fármacos
Seguindo as etapas expostas, existem diversos métodos utilizados nos processos produtivos de fármacos. Em geral, é mais comum a utilização de processos em batelada para confecção desse tipo de produto, uma vez que tal forma de produção garante maior controle das condições de operação e da pureza/qualidade do lote resultante. No entanto, a maior lentidão da produção fracionada é muitas vezes um empecilho, principalmente para a estocagem, então processos contínuos também são eventualmente aplicados dependendo do fármaco desejado.
Em relação à matéria prima e às técnicas aplicadas em cada caso, existem três métodos principais para a produção primária. São eles:
- Síntese química: normalmente utilizada em produções de grande escala para fabricação de medicamentos sintéticos, como aspirina, ibuprofeno, etc. Tem como principal característica o uso de reatores que às vezes envolvem rotas de catálise.
- Biotecnológica: diretamente ligada ao cultivo de microrganismos (bactérias, fungos, células de plantas e animais) que possuem funções metabólicas interessantes para o uso farmacológico. As etapas de fermentação, recuperação e purificação permitem a obtenção dos compostos liberados no meio de cultivo (na maioria das vezes aquoso). Essa técnica mais refinada produz fármacos de alto valor agregado como vacinas e antibióticos.
- Extração: consiste na coleta de substâncias naturais de origem vegetal, animal ou mineral, as quais podem ser aproveitadas como princípio ativo para determinados fármacos. Um exemplo de aplicação é na obtenção da insulina.
Busca por alternativas sustentáveis
Os impactos ambientais, tema de extrema relevância no cenário produtivo atual, representam um dos grandes desafios da indústria farmacêutica. O uso de solventes tóxicos e outros componentes contaminantes, a grande produção de resíduos e possíveis gases de efeito estufa são exemplos de interferências negativas que tal ramo proporciona ao ambiente.
É possível ilustrar tal afirmação a partir da rota produtiva convencional do ibuprofeno (apelidada de rota “marrom”). Este processo produtivo utiliza solventes tóxicos, ocorre em muitas etapas distintas (6 ao todo) e possui baixa eficiência atômica, sendo que apenas 40% dos reagentes se convertem no produto de interesse, enquanto os outros 60% são descartados como resíduos indesejados.
Como alternativa para esta rota, foi sugerida a chamada rota produtiva “verde” do ibuprofeno, a qual se utiliza de catalisadores e solventes menos tóxicos para aumentar o rendimento geral do processo para aproximadamente 80%, produzindo menor quantidade de resíduos.
Tais conceitos fazem parte da corrente “verde” que visa mitigar os impactos ambientais causados pela produção industrial. Para tanto, há uma busca por formas de reduzir a produção de resíduos, ou tratá-los para uso em outras áreas, ou mesmo, por maneiras de otimizar os processos produtivos e aumentar a eficiência geral. Tudo isso em nome da diminuição de danos ambientais e preservação da natureza e de seus recursos.
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